Alzheimer: Genética ou estilo de vida? Entenda o que realmente importa
- neuro9
- 28 de mar.
- 2 min de leitura

Se você já ouviu alguém dizer "Ah, minha avó teve Alzheimer, então é questão de tempo até eu esquecer onde deixei minhas chaves", pode respirar aliviado! Ter casos de Alzheimer na família pode aumentar o risco da doença, mas isso não significa que seja inevitável. Embora a genética desempenhe um papel importante, o Alzheimer não é uma sentença hereditária.
Apenas cerca de 1% dos casos de Alzheimer são causados por mutações genéticas raras e hereditárias, passadas de geração em geração, o que chamamos de forma familiar autossômica dominante. Essas mutações levam à forma precoce da doença, que costuma se manifestar antes dos 60 anos. Os três genes mais associados a essa forma são: PSEN1 (presenilina 1), PSEN2 (presenilina 2) e APP (Amyloid Precursor Protein). No entanto, a grande maioria dos casos não tem uma causa genética determinante.
Ter histórico familiar da doença pode, sim, aumentar o risco. Se um parente de primeiro grau teve Alzheimer, suas chances de desenvolver a condição podem ser até três vezes maiores. Se houver mais de um parente de primeiro grau com a doença, esse risco pode aumentar para quatro vezes mais.
Um dos genes mais estudados em relação ao Alzheimer é o APOE4. Pessoas que possuem uma cópia deste gene têm um risco aumentado, e aquelas que possuem duas cópias têm um risco ainda maior. Mas é importante lembrar: ter o gene APOE4 não significa que a pessoa terá Alzheimer. Até hoje, foram identificados mais de 100 genes associados à doença, mas nenhum deles, isoladamente, é determinante.
Além da genética, o estilo de vida tem um grande impacto no risco de desenvolver Alzheimer. Hábitos como alimentação saudável, prática regular de exercícios, controle do estresse, sono de qualidade e estímulos cognitivos frequentes podem reduzir significativamente o risco da doença, mesmo em pessoas com predisposição genética.
Ou seja, ter casos de Alzheimer na família pode ser um alerta para adotar hábitos mais saudáveis, mas não uma sentença. No lugar de se preocupar com os genes que você herdou, foque no que está ao seu alcance. Afinal, a gente não escolhe a genética, mas pode escolher se movimentar, se alimentar bem e cuidar da mente. A forma como você cuida do seu corpo e da sua mente pode fazer toda a diferença para um envelhecimento saudável.
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